A Polícia Civil do Paraná (PCPR) apresentou um relatório dizendo que não encontrou provas contra o jornalista Daniel Santos, da RICTV, nesta terça-feira (10). Daniel foi afastado do trabalho após uma denúncia feita contra ele por supostamente ter agredido uma mulher na noite do dia 6 de março de 2022.
Santos apresentava o telejornal ‘Balanço Geral’ , mas deixou a atração poucos minutos depois do início, assim que a direção da emissora foi informada sobre a acusação.
De acordo com o relatório, assinado pela delegada Lucy Atena de Aquino Santiago, as imagens anexadas à investigação vão contra o depoimento feito pela mulher.
“No tocante as falas registradas em cartório, observa-se que são contraditórias, quando comparadas às imagens anexadas, das quais se extrai parte da relação entre os envolvidos no dia dos fatos e, no que diz respeito ao Laudo Pericial, não é possível constatar que as lesões ostentadas pela noticiante sejam compatíveis com as por ela relatadas inicialmente em cartório, “socos e tapas”. Ademais tais lesões não foram confirmadas por meio de prova testemunhal”, escreveu.
Segundo Santiago, no documento, o que foi falado na delegacia não condiz com o que foi levantado durante a investigação.
“Depreende-se dos autos, que os relatos verbais da noticiante assim como o laudo pericial não coadunam com os demais elementos de informação reunidos no decorrer da investigação”, adicionou.
A Banda B teve acesso com exclusividade a imagens dentro do apartamento e na escada do prédio do apresentador Daniel Santos , da RIC TV, afiliada da Rede Record no Paraná, no sábado (5), dia em que supostamente uma mulher teria sido agredida por ele. De acordo com o advogado de defesa de Daniel, Ygor Nasser Salah Salmen, as imagens deixam claro que o jornalista não só não a agrediu como evitou todo e qualquer contato com a suposta vítima durante o período em que ela esteve em seu apartamento. A defesa da mulher, que fez acusação, disse que vai se manifestar no processo.
Na época, na versão da suposta vítima, apresentada à Banda B pelo advogado que a representava assim que a denúncia foi feita, Ricardo Baldan, Daniel estava embriagado, a tratou mal, houve uma discussão e ela foi pressionada contra o portão sofrendo diversas escoriações. A mulher foi a uma delegacia na mesma noite prestar queixa contra o apresentador.
Nota da defesa de Daniel Santos
Na qualidade de advogado do apresentador Daniel Santos, informo que na presente data a autoridade policial relatou pelo arquivamento do inquérito policial, entendendo que não houve a prática de qualquer crime.
Ainda, destaco que a autoridade policial determinou a remessa dos autos ao Ministério Público, para providências em relação sedizente vítima, pela prática do crime de denunciação caluniosa.
A referida decisão converge com aquilo que sustentamos há muito tempo, que Daniel é inocente e estava sendo vítima de crimes gravíssimos, praticados por alguém que não tem qualquer idoneidade, respeito com as instituições e, acima de tudo, com a seriedade entorno da Lei Maria da Penha.
Outro lado
Os advogados criminalistas Ariélle Arraes e Evandro Fernandes, representantes da vítima, esclarecem que, contrariamente às divulgações já efetuadas na mídia, não houve o arquivamento do inquérito policial pela Polícia Judiciária, tendo em vista que tal decisão será tomada somente pelo(a) Juiz ou Juíza competente. Em verdade, se trata de análise provisória e não definitiva por parte da autoridade policial e que não encerra cabalmente as investigações.
Recorde-se que os fatos são investigados por meio de procedimento sigiloso, de maneira que manifestações detalhadas serão feitas nos respectivos autos. Ainda, ressaltamos que a análise criteriosa dos elementos relacionados à materialidade e autoria dos fatos se dará pelo Ministério Público, que poderá determinar novas diligências à autoridade policial, bem como denunciar o noticiado pela prática dos fatos.
Embora estes advogados respeitem o entendimento expresso pela Delegada de Polícia que conduz as investigações, valem-se da presente nota para manifestar sua total discordância. Afinal, é certo que a situação atual da investigação e dos elementos até então verificados, apontam para a verdade presente nas declarações da vítima.