‘Vagabundo que sai armado na rua tem que ir para a pedra, bateu de frente com a polícia, tem que morrer”, disse o vereador Marcos Paccola (Cidadania), que é tenente coronel da Polícia Militar, durante a sessão da Câmara Municipal de Cuiabá, nesta quinta-feira (31), ao defender os policiais militares investigações no âmbito da Operação Simulacrum, da Polícia Civil e Ministério Público Estadual (MPE).
A operação cumpre 81 mandados de prisão contra policiais militares investigados por homicídios contra 24 pessoas, em supostas simulações de confronto.
Nas redes sociais, o parlamentar publicou o vídeo da sessão em que presta solidariedade aos policiais que foram alvos da operação e comenta a ação de militares em confrontos.
“Essa história que é criada por essa cultura de que o policial só pode atirar quando o criminoso atira é porque a polícia falhou. Vagabundo que sai com arma na mão para roubar está disposto a dar tiro para matar e tem que tomar tiro para morrer. Vagabundo que sai armado na rua tem que ir para a pedra, bateu de frente com a polícia, tem que morrer”, diz o vereador.
O parlamentar ainda cita que alguns policiais alvos da operação trabalharam com ele quando estava exercendo a função de policial. “Policiais militares que ombrearam comigo em diversas ocorrências, essa arma que o estado te dá é para ser usada quando necessário, não vamos nos curvar diante da vagabundagem”, declarou.
A operação
A operação busca prender um grupo de militares investigado pela morte de 24 pessoas, com evidentes características de execução, além da tentativa de homicídio de, pelo menos, outras quatro vítimas, sobreviventes, segundo o MPE.
A ação faz parte das investigações realizadas em seis inquéritos policiais, já em fase de conclusão, relativos a supostos confrontos ocorridos em Cuiabá e Várzea Grande.
De acordo com as investigações, os militares envolvidos contavam com a atuação de um colaborador que cooptava interessados na prática de falsos crimes patrimoniais, sendo que, na verdade, o objetivo era ter um pretexto para matá-los.
Após atraí-los a locais vazios, onde já se encontravam os policiais militares, as vítimas eram executadas, sob o falso fundamento de um confronto.
A investigação afirma que há provas que comprovam os fatos contrapõem a tese de confronto apresentada pelos suspeitos e indicam que a intenção do grupo criminoso era promover o nome dos policiais envolvidos e de seus respectivos batalhões.
Na época em que ocorreram os fatos, os policiais investigados atuavam na Rotam, Bope e Força Tática do Comando Regional.