O grupo responsável por administrar o barco-hotel onde a funcionária, Thaynara Lopes Machado, 28, morreu após supostamente ter caído do 3º andar, negou que o acidente tenha provocado a morte da vítima. Segundo a empresa, a jovem faleceu em decorrência de pneumonia.
Ao GD, a defesa do empreendimento esclareceu que Thayanara, na verdade, escorregou nos primeiros dois degraus de uma escada da embarcação, enquanto fazia a limpeza do local. Na ocasião, ela teria, inclusive, relatado o tombo aos colegas.
Ainda segundo o responsável, a queda não teria provocado nenhuma sequela a vítima. “A empresa notificante esclarece que a funcionária escorregou nos primeiros dois degraus de 25 (vinte e cinco centímetros) entre os andares da embarcação, pequeno lance de escada, quando estava limpando o chão, caindo sentada, imediatamente se levantou e informou aos demais colegas que o leve tombo foi rápido e sem sequelas e que não sentia dor alguma em decorrência do fato”, cita.
A empresa relata também que após 2 dias do acidente, concedeu uma semana de folga para que a vítima procurasse atendimento médico e informou que ficaria responsável pelo custo dos procedimentos hospitalares e medicamentos que fossem necessários.
“Após dois dias do mero escorregão, uma vez que a temporada semanal já estava encerrando com os turistas, a mesma pediu para ter direito a uma semana de folga que foi prontamente concedido, desde que, a mesma buscasse atendimento médico e que eventuais despesas em face do tratamento respiratório seria imediatamente custeado pela empregadora, caso a sua funcionária precisasse de ajuda financeira com medicamentos”.
A administradora da chalana acrescenta que a jovem era fumante e faleceu devido a um quadro de pneumonia. Ainda segundo os gestores, a jovem apresentava sintomas do problemas respiratórios e reclamava de dores nas costas com frequência.
No final, negou que a morte tenha sido motivada pelo acidente de trabalho. Disse ainda que a jovem foi diagnosticada com síndrome de Wolff-Parkinson-White.
“A colaboradora, era fumante e segundo informações preliminares da necrópsia, a causa da morte foi em decorrência de pneumomia. Conforme será provado em sede de eventual instrução processual, não houve acidente de trabalho, a empresa ora notificante desde os primeiros sintomas de problemas respiratórios de sua coloboradora, que se queixava de dores nas costas e tossia muito dias antes do escorregão, prestou toda assistência à mesma”, finaliza.
O caso
Conforme noticiou o GD, no dia 8 de março, a jovem trabalhava na chalana, barco-hotel que atende turistas na região do Pantanal. No momento da limpeza, ela teria escorregado. Naquele momento, a vítima se levantou rapidamente e retornou ao trabalho, mesmo sendo questionada por uma colega, alertou que fora as dores nas costas, ela estava bem. De noite, ela reclamou de falta de ar.
Nos dois dias seguintes, segundo uma colega, Thaynara não conseguia se levantar da cama. Diante disso, ela foi levada para o atendimento médico no Pronto-Socorro de Várzea Grande, onde ficou em observação por quase 24h. Depois, foi liberada pela equipe médica, mesmo sentido fortes dores na costela, pulmão e ainda tossia e cuspia sangue. No dia 16, ela retornou ao hospital, onde ficou internada.
Depois disso, seu quadro de saúde se agravou e ela foi transferida para uma Unidade de Pronto-Atendimento (UTI), onde ficou entubada e sedada. Ela não resistiu e acabou morrendo na manhã dessa sexta-feira (25).
Delegacia de Homicídios foi acionada, liberou o corpo da vítima e vai investigar o caso. O site teve acesso ao boletim de ocorrência sobre a morte da jovem.