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Mulheres denunciam delegados que negaram estupro em Cuiabá

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Um manifesto, assinado por 26 entidades e mais dezenas de mulheres, denuncia a atuação de dois delegados da Polícia Civil em relação a um suposto estupro de uma adolescente de 14 anos na praça Rachid Jaudy, em 8 de outubro. De acordo com o abaixo-assinado, os servidores não deveriam expor a menina, mesmo no caso de não ser confirmado o estupro.

São citados no documento os delegados Fabrício Pagan e Clayton Queiroz Moura, da Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica). “(…) questionamos a exposição, sem nenhum cuidado, de uma menor de idade, uma menina adolescente de 14 anos, realizada pelo próprio delegado”, diz trecho do manifesto.

Segundo o texto, que tem assinaturas de entidades como o Movimento Sem Terra (MST), Fórum Estadual de Direitos Humanos e da Terra e Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat), o delegado Clayton expôs a menor em várias entrevistas, pois “esmo não revelando o nome da adolescente, o modo como o delegado expôs o caso à sociedade, este não considerou o sofrimento enorme que essa adolescente certamente está passando”.

O movimento cita ainda falas do delegado nessas entrevistas como “se ela teve alguma relação sexual consentida, isso não configura crime, até porque ela já tem 14 anos”. “Ou seja, a narrativa do senhor delegado induz a opinião pública a julgar a menina adolescente que passa de vítima a criminosa, sem ao menos ter conhecimento do que, realmente, aconteceu. Que pressa é essa em dizer que não houve estupro na praça Rachid Jaudy?”, questionam as mulheres que assinam o manifesto.

“Tudo o que está acontecendo somente reforça em nós a importância de continuarmos nossas ações de luta nesse estado e nesta capital, porque se continuar assim, Cuiabá não será conhecida apenas como a capital do agronegócio, mas também como a capital do machismo”, enfatiza o texto.

Fonte: Folha Max

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