Home Destaque Perito diz que contato com carrinho causou morte de verdureiro


Perito diz que contato com carrinho causou morte de verdureiro

| Por


Em depoimento na tarde desta quarta-feira (23), durante a audiência de instrução da médica Letícia Bortolini, acusada de atropelar e matar o verdureiro Francisco Lúcio Maia, em abril de 2018, o perito criminal Alberi Espíndula, contratado por ela para fazer um laudo paralelo ao oficial, afirmou que a Politec não se atentou a alguns detalhes para fazer o relatório do acidente.

Segundo o perito, a perícia oficial ignorou alguns fatores, como o fato de que o Jeep Compass, que a médica conduzia, tinha sistema anticolisão, que emite sinais quando aparece um obstáculo. De acordo com Alberi Espíndula, o equipamento detecta obstáculos na pista e, se o condutor não tomar iniciativa, o próprio sistema freia o veículo. 

Ele aponta que o laudo da Politec não mencionou o artefato em momento algum e que isso fez toda diferença, pois a partir daí não se chegou a uma conclusão categórica. Ele também pontuou uma lesão na região pélvica do verdureiro.

“O perito não examinou e nem relatou a lesão sofrida na região pélvica da vítima por conta do carrinho, que chegou a ter o pênis dilacerado por conta disso. A lesão foi ocasionada pelo formato do veículo, que era de propulsão humana e tinha vértices pontiagudas. Por ele não ter visto a lesão, não examinou o carrinho de maneira adequada. O primeiro contato foi nas costas, com uma lesão grande, e posteriormente com o impacto, ele bateu na ponta esquerda do carrinho, provocando a lesão. Tudo isso em uma fração de segundos”, disse.

Segundo o perito, todos elementos devem ser considerados e, por se tratar de acidente de trânsito, o sistema anticolisão deveria ser levado em conta, pois é automatizado e atua até mesmo se a força aplicada nos freios não é suficiente. Alberi afirmou que analisando as imagens, o sistema não entrou em funcionamento porque não havia obstáculo dentro do espaço de detecção. Ele também revelou que a velocidade do veículo não foi fator determinante na gravidade do acidente.

“O veículo do verdureiro era de cor escura, com rodas de motocicleta, de difícil visualização. O formato do carrinho, com pontas, influenciou nas lesões. O carrinho também não tinha sinais refletivos para visualização. A Politec também não considerou o carrinho no que diz respeito a causa da morte e não tiveram a humildade de reavaliar o laudo e mantiveram as análises iniciais. A velocidade não teve nenhuma influência e os próprios peritos oficiais relatam isso. Eles afirmaram, no laudo, que mesmo que ela estivesse na velocidade permitida (60 km/h) na via, o acidente não seria evitado.

Fonte: Folha Max

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here