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MPE pede inquérito contra testemunha que mudou versão sobre morte de empresário

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O promotor de Justiça, Samuel Frungilo, pediu a instauração de um inquérito contra Cristiane Silva, uma das testemunhas no caso do assassinato do empresário Toni Flor, morto a tiros no dia 11 de agosto de 2020. Durante oitiva nesta segunda-feira (21), Cristiane contou uma versão diferente da informação que relatou ao delegado Marcel de Oliveira.

A esposa de Toni, Ana Claudia Flor, foi presa como mandante do crime. O plano da viúva envolveu uma amiga manicure e três criminosos, sendo que um deles – Igor Espinosa – é pistoleiro do Comando Vermelho responsável por apertar o gatilho contra Toni.

Em seu depoimento inicial ao delegado Marcel de Oliveira, que estava à frente das investigações, Cristiane teria afirmado que estava em uma festa com Igor Espinosa. No local, ela ouviu que a morte de Toni Flor foi encomendada pela esposa, Ana Claudia.

Em seguida, Cristiane comentou a história com Fabrícia Pereira de Oliveira, que repassou a informação para Aldina Marcia Alez Herter, amiga do casal Toni e Ana Claudia.

Ainda na audiência desta segunda-feira, tanto Aldina como Fabrícia citaram o nome de Cristiane, que teria contado sobre o envolvimento de Igor no crime para elas.

Contudo, durante depoimento no júri popular, a testemunha desmentiu que Igor teria afirmado que foi o autor dos disparos. “Não conhecia a vítima. Ele [Igor] não me disse nada, eu apenas conheci ele numa festa. Conversamos nesse dia para arrumar um serviço pra ele, tentei arrumar o serviço pra ele, nos relacionamos algumas vezes e nunca mais o vi”, afirma.

Cristiane não deu mais detalhes sobre o crime, alegando que não poderia responder já que não sabia de nada. Ela apenas confirmou o que o delegado Marcel de Oliveira disse no depoimento inicial. “Só confirmei pra ir embora logo, estava com o salão cheio de cliente. Ele disse que entraria com um processo, não entendo direito”, disse sobre seu depoimento na Polícia Civil.

A manicure está presa há um mês, acusada de tráfico de drogas. Na mesma unidade prisional está Ana Claudia Flor. Porém, Cristiane negou que tenha contato com a suposta mandante do crime e que não estava sendo coagida.

O promotor então pediu para que seja aberto um processo de falso testemunho contra Cristiane, por ter mudado a versão dos fatos.

O advogado de defesa Jorge Godoy, por seu vez, pediu um inquérito contra o delegado Marcelo, por suposta coação no depoimento.

O caso

Toni Flor foi morto a tiros quando chegava para treinar pela manhã na academia, em Cuiabá. O caso foi registrado em agosto de 2020, sendo que a viúva do empresário é a principal suspeita de encomendar o assassinato.

O primeiro preso, Igor Espinosa, deu detalhes de como executou a vítima, incluindo como fez a negociação com Ana Claudia.

Ele estava sentado no meio-fio da academia, no bairro Santa Marta, quando abordou o empresário dizendo “perdeu”. Em seguida, disparou 5 vezes contra a vítima.

Depois fez uma videochamada com Ana Claudia e mais dois intermediadores. O acordo era R$ 60 mil, distribuídos em R$ 20 mil para cada.

Fonte: Folha Max

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