Home Destaque Senado não pode adotar medidas “café com leite” para tratar de preços...

CRISE


Senado não pode adotar medidas “café com leite” para tratar de preços de combustíveis, afirma Fávaro

| Por Assessoria

O senador Carlos Fávaro (PSD-MT) defendeu o aprofundamento, por parte do Senado, na política de preços dos combustíveis praticada no Brasil. Em pronunciamento nesta terça-feira (15), o parlamentar destacou que ou o Legislativo avança na aprovação de propostas efetivas, ou conseguirá apenas uma solução “café com leite”, sou seja, sem grandes mudanças, que cheguem de fato à população. Fávaro é autor da Proposta de Emenda à Constituição que trata do tema (PEC 1/2022) e tem o apoio de mais de 30 senadores.

Para o senador, é preciso que o Congresso, mais do que ajustes, indique os recursos que cobrirão as políticas públicas a serem implementadas. Ele pontuou que que há outros projetos em tramitação, na Câmara e no Senado. “Não podemos ficar sem o aprofundamento, sem indicarmos os recursos que darão a estabilidade, sob pena de aprovarmos algo que não terá efetividade, que não dará a resposta que a população brasileira espera, a estabilidade dos preços dos combustíveis”. A PEC 1/2022 prevê o uso dos dividendos da União com a Petrobras e os recursos obtidos com leilões do pré-sal como financiadores das políticas públicas necessárias.

Fávaro ressaltou que, até o momento, não houve nenhuma movimentação por parte do Ministério da Economia, chefiado pelo ministro Paulo Guedes, que trouxesse o alívio para a população. “Digo a todos, se deixarmos a continuidade desta política do ministro Paulo Guedes, ele vai usar este dinheiro para pagar juros da dívida, vai pagar juros aos banqueiros e não vai olhar aos brasileiros que anseiam por uma solução”.

No pronunciamento, o parlamentar pediu ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) o andamento imediato das propostas que tratam do assunto para que as respostas necessárias sejam dadas a população o quanto antes. “Não podemos ser leves no aprofundamento, não vamos ser ‘café com leite’ ao tratar deste assunto. O aprofundamento deste debate é muito necessário. Por isso, lhe peço que encaminhe este assunto para que possamos discutir o aprofundamento das políticas públicas para este enfrentamento”.

*Social -* A proposta de Fávaro recebeu nesta semana o apoio do diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Em entrevista à CNN Brasil, ele destacou que o atual momento vivido em todos os países é excepcional e, por isso, medidas excepcionais precisam ser tomadas. “E qual a receita que eles estão usando? É muito simples, no curto prazo reduzir imposto para baixar preço e ter cuidado com a população de baixa renda, tem que ter política social para enfrentar esse problema”.

Para Pires, o Brasil deveria seguir essa mesma receita que está sendo executada nos Estados Unidos e em países da Europa. O diretor lamentou que no Brasil o tema virou um grande debate eleitoral e não é tratado de forma pragmática e técnica e citou a PEC 1/2022. “Ela traz oportunidade para reduzir impostos, PIS, Cofins e ICMS no curto prazo, e foca na política social. A gente está em uma espiral de ideias, ao invés de tomar as providências que estão sendo tomadas em outros países, que é atacar imposto e atacar a questão social”.

O ex-diretor da ANP criticou as declarações dadas por integrantes da equipe econômica, que chamaram a PEC de “Kamikaze”. “Kamikaze é deixar o país chegar no caos social. Essa política de redução de impostos e de criar políticas sociais é em função deste momento excepcional. Por isso o mundo inteiro está tomando providências quanto a isso. Temos que ter políticas para evitar um mal maior”.

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here