Uma disputa acirrada marca a escolha de dois novos membros da Academia Mato-grossense de Letras (AML). Onze candidatos disputam as duas cadeiras que tem como patronos Joaquim da Costa Siqueira (Cadeira nº 02) e Joaquim Duarte Murtinho (Cadeira nº 26).
Os últimos ocupantes foram Marília Beatriz de Figueiredo Leite e Benedito Pedro Dorileo, respectivamente. Para a presidente da AML, Sueli Batista, o número de inscritos superou as expectativas. “É um privilégio ver a nossa Academia de Letras tão prestigiada. Isso mostra que a AML tem projeção e que há renovação de escritores. Temos que comemorar”, declarou.
Nesta terça-feira (13.07), as Comissões de Admissibilidade e de Mérito começaram analisar os currículos, documentos e obras dos candidatos. Emitidos os pareceres, dá-se prosseguimento ao processo eleitoral, cujo sufrágio ocorrerá no dia 7 de agosto. “Serão concorridas às disputas, não só pelo número dos inscritos, mas também pelos méritos”, frisou a presidente da AML.
A Academia Mato-grossense de Letras (AML) é a mais antiga instituição literária de Mato Grosso, em atividade desde a sua fundação em 1921. Está sediada em Cuiabá, na Casa Barão de Melgaço, imóvel que pertenceu ao Barão de Melgaço, onde funciona também o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso.
O escritor e jornalista Rui Matos, um dos seis candidatos à cadeira nº 02, diz ser um privilégio poder estar no mesmo ambiente antes frequentado por personagens históricos como José de Mesquita, Barão de Melgaço, Visconde de Taunay e José Barnabé de Mesquita, só para citar alguns. “Temos personagens mais recentes que também deixaram o seu legado à cultura, artes e literatura mato-grossense e que passaram pela Casa Barão de Melgaço. Admiro muito Dunga Rodrigues, Maria de Arruda Muller, meu saudoso amigo colega de crônicas na Revista RDM, Benedito Pedro Dorileo; além de minha vizinha e querida amiga, Marília Beatriz de Figueiredo Leite”, completou Rui Matos.
O autor recorda que teve uma saudosa convivência com Maria e o professor Dorileo. “Marília foi minha vizinha no bairro Coophema e trocávamos muitas ideias quando decidi aproveitar a experiência jornalística na literatura. Era criteriosa nos elogios e dura nas críticas. Ajudou-me muito. Já a convivência com o professor Dorileo ocorreu nos tempos em que ele foi cronista na Revista RDM, onde trabalho até hoje. A fala mansa, serenidade até no ritmo do andar e as palavras sábias eram as suas características”. Rui Matos salienta que a Academia Mato-grossense de Letras perdeu dois grandes membros, no entanto, onze candidatos concorrendo a essas duas vagas mostra o respeito e o reconhecimento aos últimos ocupantes. “Estou feliz só de participar e desejo a mesma sorte aos demais concorrentes”.
O escritor observa que antes de ser um sonho, as suas razões para ingressar na Academia de Letras se balizam no nobre desejo de poder contribuir com os propósitos da honrada instituição. “Fazer parte da AML, além de servo humílimo das letras que constroem o ambiente da literatura universal e a própria saga da Academia Mato-grossense de Letras, é ter o próprio trabalho literário coroado. Só de participar do pleito enquanto candidato, muito me honra”, conclui Rui Matos. Ele é autor da trilogia Agnus Dei, que já teve lançada as duas primeiras obras românticas: No Mar de Água Doce e A Voz dos Sinos (Carlini & Caniato). Rui Matos também é jornalista há mais de 20 anos em Cuiabá e acumula dois prêmios literários e quatro prêmios jornalísticos.
Candidatos para a Cadeira nº 02
Caio Augusto Ribeiro
Celso Ferreira da Cruz Victoriano
Gabriel Augusto Leal
Kleiber Leite Pereira
Marli Walker
Rui Matos
Candidatos para a Cadeira nº 26
Allan Kardec Pinto Acosta Benitz
Antônio Ernani Pedroso Calháo
Bruno Lima Barcellos
Josué Ribeiro da Silva Nunes
Mário Cézar Silva Leite