A Polícia Federal, em ação conjunta com o IBAMA e ICMBIO, deflagrou ontem (8) a Operação Kidemónes Gaya, tendo como objetivo a repressão de garimpos e desmatamentos ilegais nas imediações do Parque Nacional do Juruena (PARNA JURUENA), na região de Nova Bandeirantes/MT.
Policiais Federais cumpriram um mandado de busca e apreensão, expedido pela Justiça Federal de Sinop, e, com o auxílio do IBAMA e ICMBIO, realizaram ações de fiscalização em diversos pontos nos garimpos do Novo Astro e do Juruena.
De acordo com as investigações um fazendeiro da região é suspeito de estimular o garimpo ilegal em suas terras e, com a cobrança de arrendamento, financiar a abertura de novas pastagens em meio a áreas de floresta por meio de desmatamentos ilegais. Segundo levantamentos preliminares por imagens de satélite do Projeto BRASIL M.A.I.S., esse esquema alavancou a derrubada de mais de 4.000 hectares de florestas nativas nos últimos 4 anos, podendo chegar a mais de 6.000 hectares, conforme resultados dos exames periciais que ainda serão concluídos nesta investigação.
As ações de fiscalização realizadas simultaneamente lograram êxito em cessar danos provocados pelo garimpo ilegal em diversos cursos de água tanto nos garimpos do Novo Astro e Juruena como no interior do PARNA. Constatou-se danos incalculáveis provocados pela descarga sem qualquer tratamento de toneladas de rejeitos da mineração, diretamente nos cursos de água, desfigurando seus leitos.
Na operação de ontem, foram presos em flagrante dois garimpeiros e um suspeito de intermediar a cobrança de arrendamento pelo fazendeiro dono das terras, tendo sido indiciados pelo cometimento dos delitos previstos no art. 55 da Lei nº 9.605/98 e 2º da Lei nº 8.176/91. Ainda foram apreendidas duas escavadeiras hidráulicas e aplicadas multas no valor total de 12,7 milhões de reais. Uma das escavadeiras apreendidas foi destinada a prefeitura da região que se encontrava carente de máquinas para realização de obras públicas.
A ação está tendo apoio importante da Polícia Civil de Nova Bandeirantes, onde estão sendo feitos procedimentos de polícia judiciária e custódia de presos. A operação prossegue com investigações, perícias, intimações e oitivas de outros citados e indiciados em sede de inquéritos policiais.