O Pátria Voluntária, programa beneficente do Palácio do Planalto liderado por Michelle Bolsonaro, fez uma parceria com o Grupo Agro Brasil, entidade que endossa a narrativa sem provas de Jair Bolsonaro de que houve uma fraude eleitoral em 2018. A entidade também teve um integrante alvo do inquérito das fake news.
A parceria foi firmada em abril, durante uma viagem oficial de Michelle ao interior de São Paulo para a entrega de cestas básicas. Na ocasião, a primeira-dama posou para fotos com caixas gigantes de cloroquina e outros medicamentos ineficazes contra a Covid.
Nas redes sociais, a Agro Brasil exibe um vídeo de dezembro em que o empresário Marcelo Stachin, alvo de busca e apreensão da PF no inquérito das fake news em maio de 2020, diz: “Estamos há décadas sofrendo a consequência da fraude nas eleições. Arranque o pino da granada, capitão. Porque eles vão te arrancar daí ou vão te matar, e sua família também. O senhor tem apoio nos quatro cantos do Brasil. Arranque o pino da granada, capitão, e conte conosco, porque nós estamos prontos”.
Por ordem de Alexandre de Moraes, Stachin teve seus perfis suspensos no Facebook e Twitter. Stachin participou de atos antidemocráticos em Brasília a favor de Jair Bolsonaro e pregou a intervenção militar. Chegou a concorrer a prefeito em Sinop (MT) pelo PRTB, partido de Hamilton Mourão, mas não obteve sucesso: angariou 560 votos e ficou em último. Em outras publicações, o grupo ruralista atacou ambientalistas e ONGs, associando-os a queimadas florestais. Também já atacou João Doria.
Procurado, o Pátria Voluntária declarou: “Não temos conhecimento do que ocorre nas redes sociais do citado grupo”.