O Ministério de Minas e Energia (MME) se reuniu nessa segunda-feira (14/6) com grandes consumidores para discutir as bases do plano, segundo informações do jornal Folha de S.Paulo.
Para viabilizar o programa, deve ser oferecido algum incentivo na conta de luz, como descontos na tarifa ou créditos futuros. “O modelo ainda está em discussão e exigirá arranjos técnicos e jurídicos para ser implementado”, disse à Folha o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
A proposta é parte do pacote de medidas para enfrentar a pior seca da história sobre os reservatórios de hidrelétricas na Região Sudeste, que já incluiu a contratação adicional de térmicas e revisões nas restrições de vazões de usinas hidrelétricas.
Na reunião dessa segunda, associações que representam os grandes consumidores de eletricidade apresentaram ao governo propostas de estímulo da redução do consumo ou deslocamento para horários de menor demanda.
Cronograma
As empresas sugerem entregar ao governo um cronograma prévio com o montante de energia a ser poupado durante determinado período. Dessa forma, elas podem planejar melhor a produção para evitar queda de atividade.
Outra frente propõe que grandes consumidores se voluntariem a ter o consumo reduzido por determinação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) nos momentos em que a demanda estiver elevada.
Nos dois casos, a economia não seria obrigatória. A ideia é recompensar as empresas que aderirem ao programa. O valor dos descontos ou créditos ainda não foi definido, mas a indústria defende que o cálculo tenha como parâmetro o custo das térmicas que seriam acionadas para atender a essa demanda.
Assim, a conta seria compartilhada por todos os consumidores. Os grandes consumidores defendem que haveria economia, já que o preço pago teria um desconto em relação ao custo das térmicas.
O deslocamento da demanda de energia é uma medida defendida por especialistas no setor elétrico, que temem apagões nos horários de maior consumo durante o segundo semestre, quando os reservatórios deverão estar em volumes ainda mais baixos.