O empresário Jhonatan Galbiatti Mira, de 26 anos, que é acusado de espancar e torturar a ex-namorada da mesma idade com uma barra de ferro por aproximadamente 4 horas dentro da residência dele, em Primavera do Leste (244 quilômetros de Cuiabá), enviou mensagens para o celular do pai da vítima afirmando que iria matar a filha. O agressor teve o pedido de prisão decretado na terça-feira (25), mas está foragido.
A prisão foi determinada pelo juiz Roger Augusto Bim Donega, da 2ª Vara Criminal de Primavera do Leste, que atendeu a um pedido de prisão feito pela Polícia Civil de Mato Grosso. O Ministério Público de Mato Grosso (MPE) também se manifestou a favor da prisão.
O juiz detalhou na decisão que o agressor ameaçou a vítima de morte. “Não bastasse, há prints de conversas entabuladas entre o pai da vítima e o autor da violência, onde este último menciona em letras garrafais que “vai matar a vítima”, revela o magistraod.
A vítima, que também tem 26 anos, manteve relacionamento com o acusado durante seis anos. A relação sempre foi marcada pelo comportamento agressivo e descontrolado de Jhonatan.
Há relatos de que a vítima sofria agressões físicas e verbais durante o relacionamento. A vítima relatou para a Justiça que ela e o agressor voltaram a se falar e se encontrar, mas que não reataram o relacionamento.
No último dia 19 de maio, os dois estavam na casa dele quando ele pegou o celular dela e a obrigou a entregar a senha do aparelho. Agressivo e descontrolado, Jhonatan bateu na cabeça da vítima diversas vezes.
Ela teve um ataque de pânico e não conseguiu sair do local, onde permaneceu por cerca de quatro horas sendo agredida e torturada. Segundo Ministério Público, o jovem não tinha controle emocional. “Ao que consta o autor da violência era (é) extremamente ciumento e possessivo e buscava controlar, intimidar e submeter a vítima às suas vontades. Há relatos que durante discussões, o representado quebrava objetos em razão de seu descontrole”, cita.
MANCHAS NO CÉREBRO
Após a sessão de tortura, a jovem ainda foi levada para o seu carro e mesmo com dificuldades, conseguiu chegar em casa, onde chegou e acabou dormindo. Na manhã seguinte, a mãe da jovem adentrou ao quarto e se deparou com a situação da filha.
Em depoimento, a mãe da jovem deu detalhes das agressões. “Sua filha foi agredida fisicamente por seu ex-namorado. Narra que o suspeito abordou a vítima dizendo que queria conversar, foram pra casa dele, ele ligou o som no volume máximo, arrancou o celular da vítima, machucando seu dedo para que ela desbloqueasse o celular, quando ele viu as mensagens, começou a agredi-la brutalmente, inclusive utilizando uma barra de ferro, conversava e batia, a vítima relata que ficava quieta, porque estava com medo de morrer”, conta.
Segundo a genitora, uma “pequena mancha no cérebro” foi detectada nos exames de tomografia. É citado que praticamente em todo corpo da vítima existem sinais de violência.
Em sua decisão, o juiz destaca que o agressor ameaçava a vítima constantemente a agredia. “Vale mencionar que em análise dos autos, denota-se que não é a primeira vez que o acusado foi/é agressivo com a vítima, tendo o mesmo até mandado mensagens para o genitor da mesma dizendo: “eu vou acabar matando a filha de vocês”, sendo, portanto, contumaz em práticas de crimes que envolvem o âmbito doméstico e familiar, demonstrando que o representado continua de forma agressiva a vilipendiar a integridade física e psíquica de suas companheiras, em total desrespeito à condição do gênero feminino”, comenta.