Atuante na clínica Revitalle Reabilitação Avançada, de Rondonópolis, a nutricionista, Thaiz Lee Zandra, falou ao NMT, nesta semana, sobre a evolução da sua área diante do quadro atual e citou um aprimoramento da abordagem técnica da profissão em meio a pandemia.
Segundo ela, os efeitos do isolamento social, com as pessoas mais presentes em casa e com menor incidência em atividades que gerem gastos calóricos, resultou em um sobrepeso que será mais um dos efeitos negativos do período atípico atual.
Números
A avaliação da profissional encontra respaldo em números. Segundo uma pesquisa realizada pelo Diet & Health Under Covid-19, realizada com respondentes de 30 nações em todo o mundo, que colocou o Brasil em primeiro lugar no ganho de peso.
A estimativa relatou uma média de ganho de peso corporal de mais de seis quilos em cada brasileiro, o que fica acima de todas as outras nações pesquisadas. Cerca de 52% da população brasileira teria ganho peso no período.
“Uma das causas certamente é a falta de atividade física, mas não só as de carga mais intensa, como academia, que até vem aumentando o número de praticantes, mas até mesmo atividades básicas como caminhar, sair na rua, locomover-se”, citou Thaiz.
Efeitos da pandemia
Outros inimigos da saúde e da boa forma no novo modelo de vida, segundo análise da profissional, são a ociosidade e a ansiedade, que acabam estimulando a ingestão exagerada de alimentos, de acordo com a nutricionista.
“A distração virou uma grande inimiga, a falta de foco e rotina afastaram a disciplina e isso inclui o abandono das atividades físicas e de uma alimentação balanceada. Isso, porém, tem toda condição de ser reordenado”, afirma.
Thaiz salienta que o principal a fazer, por parte de quem foi “vítima” de todos os inconvenientes sociais trazidos pela pandemia, é buscar informação, procurar um nutricionista e se reinventar.
“Embora tenha o fato de que não estamos podendo, muitas vezes, atender presencial, mesmo que seja online é necessário acompanhamento profissional para adequar esse novo momento”, reforçou.
Reinventar
Segundo ela, mesmo com a impossibilidade de ir a uma academia, existe a opção de atividades ao ar livre, ás vezes, no próprio quintal de casa. “É importante exercitar também a criatividade, agregar novos hábitos também saudáveis, sobretudo os que incluam a família e incentivem em conjunto uma nova rotina”, pontuou.
A nutricionista, todavia, ressalta que não resolve agora dietas agressivas ou a busca de fórmulas mágicas para solucionar o problema. “Dieta, na verdade, é tudo que a gente come desde que a gente nasce e até morrer. O que precisamos é um planejamento alimentar, criar um plano e não uma dieta, que acaba sendo entendida como passageira”, disse.
Plano
A profissional chama atenção que cuidar bem da saúde é um conjunto de várias situações que desembocam em qualidade de vida. “Estamos vendo na pandemia que dinheiro não resolve, status social não resolve… O que resolve é cuidar da qualidade de vida, melhorar o psicológico, a imunidade e o círculo social”, cita.
Se alimentar bem, embora majoritário, é uma das partes deste processo, segundo Thaiz. “Não se trata apenas de comer bem, embora isso é uma parte fundamental do processo, cerca de 80%, mas o restante inclui ainda dormir bem, sentir-se bem, realizar uma atividade física e estar com o organismo preparado, até para eventual necessidade, como foi com a pandemia”, disse.
A profissional reitera que para perfeito diagnóstico de cada indivíduo, é necessário a busca de profissionais que facilitem essa transformação de vida da maneira menos traumática possível. “Cada pessoa tem uma necessidade totalmente diferente e contamos sim com o auxílio de outros profissionais. Indico que as pessoas procurem ajuda, façam uma antropometria, exames detalhados e iniciem um processo de busca de qualidade de vida. Melhor do que viver, é viver bem”, finaliza.