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Dia de campo virtual mostra resultados do projeto “Forrageiras para o Semiárido” na Bahia

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Brasília (13/05/2021) Os resultados das pesquisas do projeto “Forrageiras para o Semiárido – Pecuária Sustentável”, realizadas na Bahia, foram apresentadas na quinta (13), durante Dia de Campo Virtual promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Criado em 2017, o projeto avaliou neste período o potencial produtivo e a adequação de plantas forrageiras às condições climáticas do semiárido para recomendação de novas opções de fonte de alimento para os rebanhos bovinos.

Os experimentos foram realizados em 13 Unidades de Referência Tecnológica (URTs), nos nove estados do Nordeste e Norte de Minas Gerais. Na Bahia, as URTs foram instaladas em propriedades rurais dos municípios de Itapetinga, Ipirá e Baixa Grande.

Na abertura do encontro, o supervisor do projeto e assessor regional do Senar/BA, Gustavo Maciel, afirmou que após 4 anos de pesquisas, a iniciativa oferece um cardápio forrageiro, que permite ao produtor alimentar os seus animais em períodos longos de estiagem. “O projeto traz diversos conhecimentos para que os pecuaristas tenham a maior possibilidade de sucesso na atividade”.

Nas três unidades da Bahia, foram cultivadas diversas espécies e variedades de plantas forrageiras, como as culturas anuais milho, sorgo e milheto para produção de silagem, gramíneas perenes para formação de pastagem, palma forrageira como reserva estratégica e leguminosas lenhosas, leucena e gliricídia, como fonte de proteína.

Unidade de Referência Tecnológica (URTs) no município de Itapetinga

A unidade de Itapetinga, localizada no Sudoeste da Bahia, foi instalada na fazenda Monte Belo. De acordo com o técnico responsável pela URT, Carlos Aberto, das culturas anuais, o milheto IPA Bulk foi a variedade que apresentou melhor desempenho, com produtividade média de 11,52 toneladas de matéria seca por hectare ao ano e ciclo de produção médio de 67 dias.

Nas gramíneas perenes, o destaque foi o capim massai, que teve produtividade de 26,6 toneladas de matéria seca ha/ano com ciclo de produção de 40 dias. No caso das palmas, a que mais se destacou foi a miúda (29,7 toneladas ms/ha/ano). Por fim, o melhor desempenho das leguminosas foi da leucena, que apresentou rápida capacidade de rebrota e não sofreu ocorrência de pragas ou doenças.

“Para elevar a produtividade do rebanho, o produtor deve adotar estratégias para incrementar a qualidade e a quantidade de forragem. Um sistema sustentável no semiárido precisa de mais de uma planta forrageira para aumentar o sustento dos animais e garantir uma reserva estratégica, a chamada poupança forrageira”, explicou Carlos.

Unidade de Referência Tecnológica (URTs) no município de Ipirá

A Unidade de Referência Tecnológica do município de Ipirá foi instalada na fazenda Barro Preto. De todas as gramíneas anuais, o milho BRS 2022 foi o que mais chamou a atenção pela produtividade de 8,8 toneladas de matéria seca por hectare/ano. Já as perenes, o destaque foi o capim massai, que se mostrou resistente às condições climáticas do semiárido, com 24,3 toneladas de matéria seca.

Na avaliação das palmas, o destaque foi a orelha de elefante mexicana, que apresentou rápida rebrota após o corte, alta produção de massa verde, boa tolerância a fungos e baixa incidência de pragas. Assim como na URT de Itapetinga, a leucena foi mais produtiva, além de ter a capacidade de rebrota mais rápida do que a gliricídia.

Durante a apresentação dos resultados da URT de Ipirá, a técnica responsável Marli Rosa foi questionada do por que a palma miúda não ter se destacado em relação às demais já que ela é uma cultivar bastante usada no semiárido. “No geral, a miúda produz bem, mas é muito exigente em relação à fertilidade do solo e disponibilidade de água. Em Ipirá, o solo é arenoso e essa variedade prefere solo argiloso”, esclareceu.

Unidade de Referência Tecnológica (URTs) no município de Baixa Grande

Os experimentos da última URT, em Baixa Grande, foram realizados na fazenda Camapuã. Ao contrário das outras, essa unidade só contou com três estações. Abderman Miranda, responsável técnico da área, contou que o milho Gorutuba foi o que melhor se adaptou às condições climáticas e fitossanitárias da estação 1. Já o capim massai foi o melhor das gramíneas perenes, apesar de ter apresentado produtividade inferior ao capim piatã. Em relação às palmas, a cultivar IPA Sertânia mostrou melhor produtividade das demais cactáceas, além do fácil manejo e resistência ao ataque de pragas.

Quando questionado sobre a importância das brachiárias, Miranda disse que pela sua resistência e adaptação às condições de solo e clima, a espécie apresenta boa ocupação do solo e permite vários pastejos durante o ano. “A brachiária é usada em todos os sistemas de produção da pecuária de corte, seja cria, recria ou engorda”.

O professor da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Márcio Pedreira, foi o convidado especial do encontro. Segundo ele, o principal ponto de um planejamento forrageiro é conhecer a aptidão da propriedade e o cenário pluviométrico da região. “O produtor tem que trabalhar com plantas que vão se adaptar ao solo e ao clima”.

No final do evento, o produtor de leite de Baixa Grande, Josiel Lima, disse que, com as orientações do Projeto Forrageiras para o Semiárido, os produtores têm conseguido enfrentar os períodos longos de seca com menos dificuldades. “O capim Búffel Áridus, uma ótima fonte de fibra para os animais, tem se adaptado muito bem à região e apresentado uma produtividade interessante”.

Este foi o primeiro dos quatro encontros que serão realizados para apresentar os resultados da primeira fase da pesquisa. Confira a programação dos próximos eventos:

20/05 – Minas Gerais, Alagoas e Piauí
27/05 – Rio Grande do Norte, Maranhão, Ceará e Paraíba
02/06 – Pernambuco

O evento será gratuito e não precisa de inscrição. Acesse: http://agropelobrasil.com.br

Assista na íntegra o Dia de Campo Virtual:

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Fonte: CNA Brasil

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