O esforço de uma comunidade rural vai ajudar a alimentar e reforçar a renda de 12 famílias em Cônego Marinho. Uma horta comunitária foi construída em um terreno de um hectare, com a parceria da Prefeitura, o Sindicato Rural dos Produtores de Januária, o Sistema FAEMG/SENAR/INAES e a Associação Comunitária de Caraíbas. A produção será dividida entre o consumo próprio da comunidade e a comercialização em mercados locais.
Os trabalhos começaram em fevereiro de 2021. Segundo o secretário de Agricultura, Fábio Lopes Ferreira, a Prefeitura investiu R$ 13 mil para a instalação de uma caixa d’água de 10 mil litros, compra de insumos para preparação do solo, suporte de veículo para manejo de adubos e cerca do terreno, que foi doado à associação. “O projeto foi criado para atender às necessidades dos pequenos produtores, mas isso só foi possível graças à parceria com o SENAR MINAS”, comentou o secretário.
O Sistema FAEMG/SENAR/INAES e o Sindicato Rural de Produtores de Januária promoveram o curso de Olericultura Convencional. No treinamento, o instrutor Gilberto Santos Cardoso ensinou a identificar o local adequado para o cultivo da horta e a escolher as hortaliças. Também falou sobre tipos de solo, condição do terreno e disponibilidade de água. Os produtores também aprenderam técnicas de coleta e análise do solo, adubação de canteiros e covas e todos os cuidados da semeadura até o transplantio das mudas para o canteiro definitivo.
“Eles se reuniram para criar a horta comunitária e têm evoluído muito. A comunidade se engaja para fazer a manutenção dos canteiros e criaram até um grupo de WhatsApp para trocar informações”, disse o instrutor. Já foram plantados legumes e verduras, como cebola, cebolinha verde, cenoura, beterraba, alface, couve, alho, berinjela, pepino, tomate, repolho, coentro, abobrinha, almeirão e espinafre.
A horta levou à comunidade vida nova e oportunidade de gerar renda. Com a pandemia, alguns trabalhadores estavam desempregados, como Josué Pereira Leite. “Trabalho com todos os tipos de serviço na roça, construção de cerca, motosserra, mas nem todos os dias tem serviço, principalmente com essa pandemia. Como tenho esposa e quatro filhos, precisava de algo para sustentar a família”.
A presidente da Associação Comunitária de Caraíbas, Josiane Leite, também participou do curso. Segundo ela, a atividade rural baseava-se na agricultura de subsistência e na comercialização na feira em Januária, município vizinho. “Graças a Deus conseguimos a realização desse projeto. Não há muitos empregos na região e vários sócios estão desempregados, por isso, pensamos na horta para ajudar na renda. No meu caso, vai ajudar na complementação da renda para criar meus três filhos. As famílias estão engajadas e dispostas a somar conhecimento com o que aprendemos com o SENAR MINAS”.
Segundo o gerente regional do Sistema FAEMG/SENAR/INAES em Montes Claros, Dirceu Martins, a olericultura é importante não só por possibilitar a geração de trabalho e renda, mas também por permitir a melhoria da alimentação nutricional das famílias envolvidas. “Além disso, a atividade também proporciona bem-estar físico e emocional para quem lida diretamente com a olericultura”.