A pandemia do novo coronavírus reduziu a expectativa de vida ao nascer do mato-grossense em 2,9 anos. É o que aponta um estudo feito por uma equipe de pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Harvard, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
A pesquisa “Redução na expectativa de vida no Brasil em 2020 após a Covid-19”, publicada em versão preliminar, sem revisão de outros especialistas da área, observou o impacto da pandemia na expectativa de vida em vários estados brasileiros.
Pelo levantamento, a esperança de vida do mato-grossense cairá de 75,17 para 72,27 anos. No país todo, a redução será de 1,94 ano, saindo de 76.74 anos para 74.80. Com isso, a esperança de longevidade dos brasileiros retornou ao patamar de 2013 .
A expectativa de vida é um importante indicador de qualidade de vida e um dos componentes no cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) das nações.
O estudo não incluiu ainda os dados da epidemia de 2021, o que pode piorar o cenário, caso a vacinação não faça as mortes cessarem rapidamente.
Pelo trabalho, publicado no site Medrxiv, a redução na expectativa do brasileiro pode passar de três anos em cinco unidades da Federação.
A maior delas é verificada no Distrito Federal que, apesar de ter a maior renda per capita do país, perdeu 3,68 anos. Logo em seguida, vem o Amapá (3,62 anos), Roraima (3,43 anos) e Amazonas (3,28 anos).
No vizinho Mato Grosso do Sul, a redução é de 1,85 ano e, em Goiás de 1,97 ano. Em nível nacional, a queda na expectativa de vida foi registrada de forma mais acentuada entre os homens (1,98 ano) do que entre mulheres (1,82 ano).
O resultado aumentou em 2,3% e 5,4% a lacuna entre homens e mulheres na expectativa de vida ao nascer e aos 65 anos, respectivamente.