
Os 371.857 votos conquistados pelo senador eleito em Mato Grosso, Carlos Fávaro (PSD), não foram conseguidos na base do dinheiro público.
O parlamentar entregou sua prestação de contas à Justiça Eleitoral, onde consta mais de R$ 2,7 milhões de recursos aplicados no pleito.
Limite e preservação do dinheiro público
A disputa, encerrada com a votação conjunta das eleições municipais de 15 de novembro, tinha um limite legal máximo de R$ 3 milhões de gastos por postulante ao Senado.
Fávaro, líder do PSD no estado, abriu mão do “fundão eleitoral e do partidário” e fez sua robusta campanha na base de doações de empresários, sobretudo do agronegócio.
Apoiadores
As doações não foram somente em espécie, mas em estrutura de campanha. De um membro da família Maggi, por exemplo, veio horas de voo em avião particular.
Sozinho, um empresário do ramo de máquinas agrícolas aplicou quase R$ 350 mil do bolso em Fávaro e foi o maior incentivador financeiro do projeto.
Esforço concentrado
Outros três irmãos de uma tradicional família de produtores fizeram uma “vaquinha” e entregaram R$ 750 mil para o CNPJ eleitoral do senador.
No fim das contas, a arrecadação total do candidato junto da iniciativa privada chegou em R$ 2,9 milhões, ou seja, nem precisou gastar tudo, segundo a prestação de contas.
Diplomado e empossado
Nesta terça-feira (15), durante sessão remota do Senado Federal, Fávaro se tornou efetivo na cadeira que ocupava temporariamente, desde a cassação de Selma Arruda (PODE).
O parlamentar não hesitou em novamente alfinetar muitos apoiadores da extrema-direita e do presidente Jair Bolsonaro, que foram seus principais críticos no mundo virtual.
“Não foi a eleição do WhatsApp, do vídeo, do desconhecido. Foi a eleição de quem tem time, companheiros”, elencou, sinalizando que sua conquista foi uma “vitória da política de grupo”.
